29.6.09
C. M. A.
n'algum lugar do futuro
alguém mostra uma luz de freio e fala:
"são paulo
significa dizer que a terra inventou um ciclo
para uma mulher estéril
num fluxo menstrual infinito"
*
inventaram também o
COEFICIENTE
de
MOBILIDADE
do
AUTOMÓVEL
este ano caiu 16%.
alguém mostra uma luz de freio e fala:
"são paulo
significa dizer que a terra inventou um ciclo
para uma mulher estéril
num fluxo menstrual infinito"
*
inventaram também o
COEFICIENTE
de
MOBILIDADE
do
AUTOMÓVEL
este ano caiu 16%.
25.6.09
apontamentos biográficos
jch nasceu em sp no 12/01/1984, se quiser a hora me liga, adoro mapa astral.
meu celular ontem caiu na sopa fervendo, então fica pra depois.
choveu de madrugada uma goteira AO LADO da valentine mais linda de escrever. foi por dois milímetros que eu não perdi o meu amor.
sonhei que ele me dava um livro em branco.
jch começou a escrever aos dois anos de idade, depois parou.
- -
queria salvar a imagem mas sou incapaz e não consegui. me ajuda?
meu celular ontem caiu na sopa fervendo, então fica pra depois.
choveu de madrugada uma goteira AO LADO da valentine mais linda de escrever. foi por dois milímetros que eu não perdi o meu amor.
sonhei que ele me dava um livro em branco.
jch começou a escrever aos dois anos de idade, depois parou.
- -
queria salvar a imagem mas sou incapaz e não consegui. me ajuda?
24.6.09
19.6.09
doce dedo doce
até hoje eu tive dois namorados, um romance que eu pensava que era um caso e um amor. tenho meia dúzia de pessoas pelas quais eu morreria numa lança que se jogasse em frente deles. meu projeto é coletivo 12 exemplares. sempre fui solitária.
nunca nada me interessou na vida que não fossem as relações. digo: eu nunca botei a cabeça em nada mais do que isso. digo: eu sou isso desde que eu nasci. daí hoje parei vendo as formigas. depois comi mais uns trevinhos de três folhas porque quando eu achar de quatro tenho que guardar pro meu sobrinho chinês que me chama de tia maluca.
eu morro de curiosidade de um dia adentrar nas coisas. por enquanto eu fico olhando olhando. hoje fiz de um vaso uma mesa. também sei subverter e não arrancar a grama. uma coisa que eu não acredito mais é 'n'Outro. essa gente que fica predispondo-se a pensar Um Outro nunca vai amar a ninguém.
eu quero mais é que a fluidez me centrifique.
- -
eu fico sonhando com crianças vestidas de branco
numa cidade também branca e um rio lilás
quando eu chegar lá vai ser lua cheia
desde então o mundo é todo uma sensualidade
me enrosco nas cores e inflando os lábios
estou
nas formas.
- -
essa noite sonhei que eu ia visitar a casa dos pais dele
e andava pela estrada que leva ao se fujo só dou em mim
mas a estrada não dos mortos, mas do gUi
na foto é o pai dele.
- -
agora que eu sou sincera, também, reloaded.
por quê?
porque ainda bem
tem
e não acabou.
- -
um físico indiano sendo entrevistado [parece piada de português: http://www.youtube.com/watch?v=xlQiy5ySQl0] vi uma vez na tv fechada, perguntou o repórter:
- como é ser um gênio?
- não acreditamos nisso. são uma série de insights de muitas pessoas que provocam uma equação clara para mim.
- o contato com a comunidade científica
- também. mas um homem cuidando de suas cabras pensa quê...
eu já não me lembro mais.
mas era o físico antena da raça
poeta é satélite
e só quer me amar
ps, cosmologia é o bagulho.
nunca nada me interessou na vida que não fossem as relações. digo: eu nunca botei a cabeça em nada mais do que isso. digo: eu sou isso desde que eu nasci. daí hoje parei vendo as formigas. depois comi mais uns trevinhos de três folhas porque quando eu achar de quatro tenho que guardar pro meu sobrinho chinês que me chama de tia maluca.
eu morro de curiosidade de um dia adentrar nas coisas. por enquanto eu fico olhando olhando. hoje fiz de um vaso uma mesa. também sei subverter e não arrancar a grama. uma coisa que eu não acredito mais é 'n'Outro. essa gente que fica predispondo-se a pensar Um Outro nunca vai amar a ninguém.
eu quero mais é que a fluidez me centrifique.
- -
eu fico sonhando com crianças vestidas de branco
numa cidade também branca e um rio lilás
quando eu chegar lá vai ser lua cheia
desde então o mundo é todo uma sensualidade
me enrosco nas cores e inflando os lábios
estou
nas formas.
- -
essa noite sonhei que eu ia visitar a casa dos pais dele
e andava pela estrada que leva ao se fujo só dou em mim
mas a estrada não dos mortos, mas do gUi
na foto é o pai dele.
- -
agora que eu sou sincera, também, reloaded.
por quê?
porque ainda bem
tem
e não acabou.
- -
um físico indiano sendo entrevistado [parece piada de português: http://www.youtube.com/watch?v=xlQiy5ySQl0] vi uma vez na tv fechada, perguntou o repórter:
- como é ser um gênio?
- não acreditamos nisso. são uma série de insights de muitas pessoas que provocam uma equação clara para mim.
- o contato com a comunidade científica
- também. mas um homem cuidando de suas cabras pensa quê...
eu já não me lembro mais.
mas era o físico antena da raça
poeta é satélite
e só quer me amar
ps, cosmologia é o bagulho.
18.6.09
declaração
#
hoje eu descobri que o universo teve um começo pela prova do escuro. se ele tivesse vindo de sempre a noite seria uma infinidade [incendiária] de luzes estelares.
hoje eu descobri que o universo teve um começo pela prova do escuro. se ele tivesse vindo de sempre a noite seria uma infinidade [incendiária] de luzes estelares.
16.6.09
tenho uns papagaios e uma fita k7 com a minha vida narrada em mandarim. tô pensando em dar play repetidamente. que eles aprendessem a contar ao vento as sortes e agruras do meu destino num lugar longe de alguém que soubesse compreender - tanta língua - ou um pássaro carregasse minha sorte de asas abertas
também repito toda hora pra eles 'texto' 'texto' 'texto'. sobretudo porque seria no mínimo hilário o papagaio do meu pai repetir 'texto'. e, pra mim, como diz o herberto helder: "digo uma palavra cem vezes. já não significa." comigo às vezes a intenção é contrária, pegar o batido de uma palavra e fazer dela um se abrir. e os textos se fecharam.
eu quero escrever pro amor, ainda mais/ eu quero escrever pro mar.
#
saudades
#
urucum sobre terra.
15.6.09
hoje não tem fernando pessoa
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês tem coragem de aplaudir esse ano uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir ano passado? São a mesma juventude que vão sempre matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem. Vocês não estão entendendo nada, nada, absolutamente nada! Hoje não tem Fernando Pessoa. Hoje vim dizer aqui que quem teve coragem de assumir a estrutura de festival, não com o medo que o Sr. Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir essa estrutura e fazê-la explodir! Foi Gilberto Gil e fui eu! Não foi ninguém! Foi Gilberto Gil e fui eu! Vocês estão por fora, vocês não vão vencer! Mas que juventude é essa? Que juventude é essa? [gritos.] Vocês jamais serão ninguém. Vocês são iguais sabe a quem? Vocês são iguais sabe a quem? Tem som no microfone? Vocês são iguais sabe a quem? Aqueles que foram na Roda Viva e espancaram os atores. Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada deles. E por falar nisso Viva Cacilda Becker! Viva Cacilda Becker! Eu estou comprometido de dar esse depoimento aqui, não tem nada a ver com vocês. O problema é o seguinte, vocês estão querendo policiar a música brasileira, “mas é americana”, mas eu e Gil já abrimos o caminho! Que é que vocês querem? Eu vim aqui pra acabar com isso. Eu quero dizer ao júri, ‘me desclassifique, me desclassifique! Eu não tem nada a ver com isso’. Gilberto Gil está aqui comigo para nós acabarmos no festival com toda a imbecilidade que reina no Brasil! Acabar com isso tudo de uma vez! Nós só entramos no festival pra isso. Não fingimos aqui que desconhecemos o que seja o festival, não. Ninguém nunca me ouviu falar assim, entendeu? Eu só queria dizer isso, baby. Sabe como é, nós, eu e ele, nós tivemos a coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas! Se vocês, se vocês, se vocês forem, se vocês em política forem como são em estética, estamos feitos! Guitarras me desclassifiquem junto com Gil, junto com ele, tá entendendo? E contra vocês, nessa! O júri é muito simpático mas é incompetente. Deus está solto. canta: me dê um beijo, meu amor./ eles estão nos esperando/ os automóveis, ardem em chamas, derrubar as prateleiras, as estantes, as estátuas, as vidraças, louças, livros sim/ e eu digo SIM! e eu digo NÃO ao NÃO!/ E eu digo: proibido, proibir!’ fora do tom, sem melodia! Como é júri? Não acertaram qualificar a melodia de Gil? Ficaram por fora! Gil fundiu a cuca de vocês, hein? É assim que eu quero ver! Chega!
[caetano veloso]
[caetano veloso]
10.6.09
greve
9.6.09
poema
enquanto alguns se especializam em tornarem-se oficiais
eu quero fazer amigos
*
hoje eu andei demais de bicicleta
e no fim do dia conheci a namorada do güido
e ela é gorda
se tudo for como eu penso
e nós conseguirmos conquistá-la
ela vai se chamar masina
porque eu quero na minha vida de fellini
uma giulietta que não seja eu nem perneta
*
foi o nuno que mostrou e eu quero uma capa tipo assim pro c.d.est.
*
por fim, boa noite, vou citar mais uma vez:
a alegria é a prova dos 9.
eu quero fazer amigos
*
hoje eu andei demais de bicicleta
e no fim do dia conheci a namorada do güido
e ela é gorda
se tudo for como eu penso
e nós conseguirmos conquistá-la
ela vai se chamar masina
porque eu quero na minha vida de fellini
uma giulietta que não seja eu nem perneta
*
foi o nuno que mostrou e eu quero uma capa tipo assim pro c.d.est.
*
por fim, boa noite, vou citar mais uma vez:
a alegria é a prova dos 9.
onde antes havia uma fogueira
amalgamou-se tudo e explodiu
pra fora
*
a noite que fomos ao obsevatório revisited
tem dias
o ônibus teve de subir os pedregulhos
tinha capim ao lado
estudo do meio
não vou me alongar nisso?,
indo ver as estrelas
e quando chegamos era uma bola branca
ou me lembro porque são assim os planetários
vou tingi-lo: era azul o concreto
e na estrada tinha cheiro
de sereno mato sobre borracha vida
impertinente os órgãos itinerantes
15 anos de cigarras e alienígenas num só planeta
e meu melhor amigo disse uma coisa bonita sobre o fígado
eu não escutava mas era como se um rádio lento
trouxesse a notícia da paz
a gente corre pra inspirar o pulmão
expande o fígado se ajeitando é massageado
e mexeu as mãozinhas mostrando
correr talvez pular uma sorte por uma janela
vontade de massagear a bola do observatório
e então abrir feito tenda
o físico que nos atendeu explicou o clarão no céu visto nas férias
iluminou
nossos rostos de fogueira o mar negro um arco verde por cima dos meninos
era lixo espacial voltando pras atmosferas velocidade ardendo
estrela-cadente
não
existe
contente
e quando olhamos ao ponto final
abre coração abre
podia olhar por dez segundos
(((mesmo assim eu não vi nada)))
amalgamou-se tudo e explodiu
pra fora
*
a noite que fomos ao obsevatório revisited
tem dias
o ônibus teve de subir os pedregulhos
tinha capim ao lado
estudo do meio
não vou me alongar nisso?,
indo ver as estrelas
e quando chegamos era uma bola branca
ou me lembro porque são assim os planetários
vou tingi-lo: era azul o concreto
e na estrada tinha cheiro
de sereno mato sobre borracha vida
impertinente os órgãos itinerantes
15 anos de cigarras e alienígenas num só planeta
e meu melhor amigo disse uma coisa bonita sobre o fígado
eu não escutava mas era como se um rádio lento
trouxesse a notícia da paz
a gente corre pra inspirar o pulmão
expande o fígado se ajeitando é massageado
e mexeu as mãozinhas mostrando
correr talvez pular uma sorte por uma janela
vontade de massagear a bola do observatório
e então abrir feito tenda
o físico que nos atendeu explicou o clarão no céu visto nas férias
iluminou
nossos rostos de fogueira o mar negro um arco verde por cima dos meninos
era lixo espacial voltando pras atmosferas velocidade ardendo
estrela-cadente
não
existe
contente
e quando olhamos ao ponto final
abre coração abre
podia olhar por dez segundos
(((mesmo assim eu não vi nada)))
6.6.09
o que me atravessa feito faca entre o ventre tua astúcia
se eu quisesse me desprogramar era uma de estudar astronomia
mas gostei mesmo foi que hoje era o dia de não estar frio e poder sentar pra ver a lua
e justo mesmo tá cheio de nuvens a noite branca branca. jabuticabas não me pertencem. descobri porque tenho sorte de nascença - como é bom ter internet!- a flora estava comendo as graminhas toda deitadela na dona no chão. mastigava e arrancava e ronronava. gente, minha gata é um orgasmo que anda. pensei: o poema da ferocidade-humana. pensei: que bom que era não fazer sentido. pensei:... olhei então as ervinhas chamando no peito o nome que escrito tinhas pensei eu comia esses trevinhos descobri porque eu tenho sorte! eu comia esses trevinhos verdes e eles eram azedinhos como o chiclete que depois inventaram. eu gostava pequena de sabores ácidos e salgados. depois que cresci que virei essa fuga de doce. descobri tarde tarde o doce. preferia ter esquecido. olhei: azedinho esse trevo lembrei sorte sorte pra menina júlia envelope pardo galápagos onde você esteve? longe. longe. longe é uma palavra que diz tão pouco e promove um abismo. abismo sabe o que eu faço? tinjo de o n c i n h a. olho bem pra ele e penso hmmmm essa corda de nylon não é suficiente. nylon eu sei que é Nova York _LONdres. por exemplo isso é uma coisa que faz sentido. daí a gente fica vendo e colocando e dizendo sentido nas coisas. no vidas secas o graciliano evita muito dizendo isso. taí, ele não evitava o olhar sobre as coisas. porque escritor, eu acho, tem de olhar pra dentro e pra cima e pra fora das coisas e encontrar o nome. daí, se o nome vai fazer sentido ou não? comigo, olha, vai fazendo, ou nunca fez.; porque o presente é mesmo o melhor território para o nunca. nunca é, por exemplo, editar-se. nunca é, por exemplo, escolher alimentar os pássaros ou os gatos e de repente a flora atravessar o jardim matando a fauna local saltando um pássaro chamado alma-de-gato, vocês já ouviram? meu pai sabe o nome de todos os passarinhos. das orquídeas também. diz ele que meu avô sabia. eu ontem inventei 'meu avô dizia sempre: MEDO É CHEIRO DE GÁS. ' mas isso a pessoa precisa entender que a maior parte das vezes que você sente o cheiro de gás, é tua imaginação. mas têm imaginações com cheiros têm imaginaçãos com cores, têm imaginação de gozo e paúra. vou te dizer: eu entendi na hora que comia os trevinhos hoje que putamerda eu desde a história do antonio tava atrás da infância. só que eu tava no registro da memória e não do da alegria. e a memória, venhamos e convenhamos, ela é uma beleza maravilhosa eu abençôo aqueles que a inventaram, abençôo fungos também, afinal eu sou o SATÉLITE dessa idéia dessa conversa mas daí você acha que escrever é um exercício da solidão daí você descobre é um exercício do ouvir e ver. eu vou dizer o marcos fez um livro lindo nessa história dos exemplares. putamerdaostextos. daí eu quero escrever sobre o livro que nem ele faz. daí eu me lembro ah eu não sou escritora eu não consigo escrever daí eu olho o aspirador de pó e ele olha pra mim e eu fico contente que puxa vida finalmente um aspirador de pó na minha frente que funciona que eu posso usar e que não é meu e a casa se enchendo de flores e raminhas. verde verde verde verde verde verde verde verde verde verde vou dizer, minha gente, SP kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! isso aqui é uma publicação de nada, blogue blogue blogue os cara tão me escrevendo na tela do outlook como se fosse um jornal de minha gente eu já estou na posterioridade eu na imagem a dizer me dá uma lâmpada eu pergunto cadê o usb? taranranranran. fuzuê que é uma maravilha. ontem wally, genial "a paisagem dessa cidade apodrece" e o rio de janeirão lá. me segura qu'eu vou dar um troço, querrrrrrro deixar bem claro que isso não se trata de um exercício de:
2) biografia, biografema, documento, exposição, diário, intimidade, rec.
3) sobretudo não se trata de uma prosa livre de livre-associação que isso é reposição da culpa vienense.
(eu sou um caranguejo!)
sim:
1) biodegradável.
4) para concluir do que se trata de uma 'casa de campo' aguardem os próximos posts. também aparece o morcego, prometo.
agora, o ricardo me disse 'eu vou me temperando com o que eu quero comer de mim' e puxa pensar tanto tem de se delimitar por um escolher que não dá pra só pensar ou perseguir os mesmos estímulos quimícos dentro das suas sensações é necessário fazer um compêndio das sensações do mundo, foi isso que a lua me disse luz, e olhar se há sempre uma usurpação do entulho alheio porque afinal NADA TEM INTERVALO entre mim e o outro e o pé de urucum pisei com o pé estourou de acreditar, sobretudo, pensei que essa gente que enche o saco dizendo 'ai o outro ai o outro ai o outro' não tá é vendo outro nenhum. agora eu me entendi porque eles se preocuparam tanto em me dizer isso. eu já estava na bananeira sob-geada em junho, com oswald de andrade, que, tanto vai e me dizia: a alegria é a prova dos 9.
o que restou, meu amigo, é nosso.
mas o gil completou
e a tristeza teu porto seguro
porto seguro, foi onde, antes de tudo, os portugueses chegaram.
- - -
´não trabalhamos, graças a deus, com objetos de estudo.
^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^-------------
++
---
se eu quisesse me desprogramar era uma de estudar astronomia
mas gostei mesmo foi que hoje era o dia de não estar frio e poder sentar pra ver a lua
e justo mesmo tá cheio de nuvens a noite branca branca. jabuticabas não me pertencem. descobri porque tenho sorte de nascença - como é bom ter internet!- a flora estava comendo as graminhas toda deitadela na dona no chão. mastigava e arrancava e ronronava. gente, minha gata é um orgasmo que anda. pensei: o poema da ferocidade-humana. pensei: que bom que era não fazer sentido. pensei:... olhei então as ervinhas chamando no peito o nome que escrito tinhas pensei eu comia esses trevinhos descobri porque eu tenho sorte! eu comia esses trevinhos verdes e eles eram azedinhos como o chiclete que depois inventaram. eu gostava pequena de sabores ácidos e salgados. depois que cresci que virei essa fuga de doce. descobri tarde tarde o doce. preferia ter esquecido. olhei: azedinho esse trevo lembrei sorte sorte pra menina júlia envelope pardo galápagos onde você esteve? longe. longe. longe é uma palavra que diz tão pouco e promove um abismo. abismo sabe o que eu faço? tinjo de o n c i n h a. olho bem pra ele e penso hmmmm essa corda de nylon não é suficiente. nylon eu sei que é Nova York _LONdres. por exemplo isso é uma coisa que faz sentido. daí a gente fica vendo e colocando e dizendo sentido nas coisas. no vidas secas o graciliano evita muito dizendo isso. taí, ele não evitava o olhar sobre as coisas. porque escritor, eu acho, tem de olhar pra dentro e pra cima e pra fora das coisas e encontrar o nome. daí, se o nome vai fazer sentido ou não? comigo, olha, vai fazendo, ou nunca fez.; porque o presente é mesmo o melhor território para o nunca. nunca é, por exemplo, editar-se. nunca é, por exemplo, escolher alimentar os pássaros ou os gatos e de repente a flora atravessar o jardim matando a fauna local saltando um pássaro chamado alma-de-gato, vocês já ouviram? meu pai sabe o nome de todos os passarinhos. das orquídeas também. diz ele que meu avô sabia. eu ontem inventei 'meu avô dizia sempre: MEDO É CHEIRO DE GÁS. ' mas isso a pessoa precisa entender que a maior parte das vezes que você sente o cheiro de gás, é tua imaginação. mas têm imaginações com cheiros têm imaginaçãos com cores, têm imaginação de gozo e paúra. vou te dizer: eu entendi na hora que comia os trevinhos hoje que putamerda eu desde a história do antonio tava atrás da infância. só que eu tava no registro da memória e não do da alegria. e a memória, venhamos e convenhamos, ela é uma beleza maravilhosa eu abençôo aqueles que a inventaram, abençôo fungos também, afinal eu sou o SATÉLITE dessa idéia dessa conversa mas daí você acha que escrever é um exercício da solidão daí você descobre é um exercício do ouvir e ver. eu vou dizer o marcos fez um livro lindo nessa história dos exemplares. putamerdaostextos. daí eu quero escrever sobre o livro que nem ele faz. daí eu me lembro ah eu não sou escritora eu não consigo escrever daí eu olho o aspirador de pó e ele olha pra mim e eu fico contente que puxa vida finalmente um aspirador de pó na minha frente que funciona que eu posso usar e que não é meu e a casa se enchendo de flores e raminhas. verde verde verde verde verde verde verde verde verde verde vou dizer, minha gente, SP kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! isso aqui é uma publicação de nada, blogue blogue blogue os cara tão me escrevendo na tela do outlook como se fosse um jornal de minha gente eu já estou na posterioridade eu na imagem a dizer me dá uma lâmpada eu pergunto cadê o usb? taranranranran. fuzuê que é uma maravilha. ontem wally, genial "a paisagem dessa cidade apodrece" e o rio de janeirão lá. me segura qu'eu vou dar um troço, querrrrrrro deixar bem claro que isso não se trata de um exercício de:
2) biografia, biografema, documento, exposição, diário, intimidade, rec.
3) sobretudo não se trata de uma prosa livre de livre-associação que isso é reposição da culpa vienense.
(eu sou um caranguejo!)
sim:
1) biodegradável.
4) para concluir do que se trata de uma 'casa de campo' aguardem os próximos posts. também aparece o morcego, prometo.
agora, o ricardo me disse 'eu vou me temperando com o que eu quero comer de mim' e puxa pensar tanto tem de se delimitar por um escolher que não dá pra só pensar ou perseguir os mesmos estímulos quimícos dentro das suas sensações é necessário fazer um compêndio das sensações do mundo, foi isso que a lua me disse luz, e olhar se há sempre uma usurpação do entulho alheio porque afinal NADA TEM INTERVALO entre mim e o outro e o pé de urucum pisei com o pé estourou de acreditar, sobretudo, pensei que essa gente que enche o saco dizendo 'ai o outro ai o outro ai o outro' não tá é vendo outro nenhum. agora eu me entendi porque eles se preocuparam tanto em me dizer isso. eu já estava na bananeira sob-geada em junho, com oswald de andrade, que, tanto vai e me dizia: a alegria é a prova dos 9.
o que restou, meu amigo, é nosso.
mas o gil completou
e a tristeza teu porto seguro
porto seguro, foi onde, antes de tudo, os portugueses chegaram.
- - -
´não trabalhamos, graças a deus, com objetos de estudo.
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2.6.09
tô predida
monto playlists por mês no itunes. acaba o mês, abro uma nova, por exemplo, hoje criei: 200906. a música que me fez fazer isso foi virgínia, é a 1a. do mês. tem playlists como 200710 e 200811 e 200901 que são minhas favoritas. não ouço 200903 desde então.
menos complicado emocionalmente são minhas fotos que vão de 200512 até 200905. olho as pastinhas fechadas em miniatura e a cara de um alguém ou olho de bicho e logo sei se cronologicamente uma foto que eu quero está mais para um lado ou para o outro. as companhias acontecimentos sensações.
meus textos estão desde 2006 em pastas 2007 2008 2009.
quando eu estava tentando escrever um romance os nomes dos arquivos eram tipo "antonio_março", e então "antonio_abril" foi a glória, mas ele não chegou até maio. como se pode ver, a seqüência de nomes não-numéricos poderiam dar na: 1, perdição do arquivo; 2, na minha patinação; c_) ambos já estavam perdidos desde o começo.
e se me perguntarem se a memória funciona, eu digo,
memória-calendário, sim
mas a outra é um caça-palavra desovado em mar
outra coisa que eu adoro é a idade das pessoas.
menos complicado emocionalmente são minhas fotos que vão de 200512 até 200905. olho as pastinhas fechadas em miniatura e a cara de um alguém ou olho de bicho e logo sei se cronologicamente uma foto que eu quero está mais para um lado ou para o outro. as companhias acontecimentos sensações.
meus textos estão desde 2006 em pastas 2007 2008 2009.
quando eu estava tentando escrever um romance os nomes dos arquivos eram tipo "antonio_março", e então "antonio_abril" foi a glória, mas ele não chegou até maio. como se pode ver, a seqüência de nomes não-numéricos poderiam dar na: 1, perdição do arquivo; 2, na minha patinação; c_) ambos já estavam perdidos desde o começo.
e se me perguntarem se a memória funciona, eu digo,
memória-calendário, sim
mas a outra é um caça-palavra desovado em mar
outra coisa que eu adoro é a idade das pessoas.
1.6.09
cândida
um dos movimentos deste samba é a quebrada. há a anca, os órgãos itinerantes dos homens, os poemas na caixa toráxica. a gente. tem uma tela quebrada no fundo da cozinha, tem astúcia pelo encanamento. uma, duas, três casas eu já deixei.
vou dizer que não estou escrevendo aqui da maneira mais sincera porque ressentidamente não quero que uma mulher saiba nada ao meu respeito. chamei-a de "mulher" por disfarce. o qualificativo, amor. o cifrado é uma espécie de ressentimento, assim como os pedidos de desculpa.
*
mas, por favor, senhor sol
me dê de volta virgínia.
*
tem detergente dentro daquela caixa. muito frágil escrito no papelão. estou em cochabamba. pela-metade-também-não-tem-mais.
Subo em cima da pia pra dizer que isso é meu. uma espécie de rasura constante de rasura que apaga a vida este granito. apago o lugar da memória-pedra. digo: mulher, eu escorro.
*
vou dizer que não estou escrevendo aqui da maneira mais sincera porque ressentidamente não quero que uma mulher saiba nada ao meu respeito. chamei-a de "mulher" por disfarce. o qualificativo, amor. o cifrado é uma espécie de ressentimento, assim como os pedidos de desculpa.
*
mas, por favor, senhor sol
me dê de volta virgínia.
*
tem detergente dentro daquela caixa. muito frágil escrito no papelão. estou em cochabamba. pela-metade-também-não-tem-mais.
Subo em cima da pia pra dizer que isso é meu. uma espécie de rasura constante de rasura que apaga a vida este granito. apago o lugar da memória-pedra. digo: mulher, eu escorro.
*
desculpem a coragem, a modéstia, o verde são uns dos fracos que eu conquistei.
*
e o príncipe do Brasil? que morreu no avião hoje nasceu no mesmo dia que eu.
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