6.6.09

o que me atravessa feito faca entre o ventre tua astúcia
se eu quisesse me desprogramar era uma de estudar astronomia
mas gostei mesmo foi que hoje era o dia de não estar frio e poder sentar pra ver a lua
e justo mesmo tá cheio de nuvens a noite branca branca. jabuticabas não me pertencem. descobri porque tenho sorte de nascença - como é bom ter internet!- a flora estava comendo as graminhas toda deitadela na dona no chão. mastigava e arrancava e ronronava. gente, minha gata é um orgasmo que anda. pensei: o poema da ferocidade-humana. pensei: que bom que era não fazer sentido. pensei:... olhei então as ervinhas chamando no peito o nome que escrito tinhas pensei eu comia esses trevinhos descobri porque eu tenho sorte! eu comia esses trevinhos verdes e eles eram azedinhos como o chiclete que depois inventaram. eu gostava pequena de sabores ácidos e salgados. depois que cresci que virei essa fuga de doce. descobri tarde tarde o doce. preferia ter esquecido. olhei: azedinho esse trevo lembrei sorte sorte pra menina júlia envelope pardo galápagos onde você esteve? longe. longe. longe é uma palavra que diz tão pouco e promove um abismo. abismo sabe o que eu faço? tinjo de o n c i n h a. olho bem pra ele e penso hmmmm essa corda de nylon não é suficiente. nylon eu sei que é Nova York _LONdres. por exemplo isso é uma coisa que faz sentido. daí a gente fica vendo e colocando e dizendo sentido nas coisas. no vidas secas o graciliano evita muito dizendo isso. taí, ele não evitava o olhar sobre as coisas. porque escritor, eu acho, tem de olhar pra dentro e pra cima e pra fora das coisas e encontrar o nome. daí, se o nome vai fazer sentido ou não? comigo, olha, vai fazendo, ou nunca fez.; porque o presente é mesmo o melhor território para o nunca. nunca é, por exemplo, editar-se. nunca é, por exemplo, escolher alimentar os pássaros ou os gatos e de repente a flora atravessar o jardim matando a fauna local saltando um pássaro chamado alma-de-gato, vocês já ouviram? meu pai sabe o nome de todos os passarinhos. das orquídeas também. diz ele que meu avô sabia. eu ontem inventei 'meu avô dizia sempre: MEDO É CHEIRO DE GÁS. ' mas isso a pessoa precisa entender que a maior parte das vezes que você sente o cheiro de gás, é tua imaginação. mas têm imaginações com cheiros têm imaginaçãos com cores, têm imaginação de gozo e paúra. vou te dizer: eu entendi na hora que comia os trevinhos hoje que putamerda eu desde a história do antonio tava atrás da infância. só que eu tava no registro da memória e não do da alegria. e a memória, venhamos e convenhamos, ela é uma beleza maravilhosa eu abençôo aqueles que a inventaram, abençôo fungos também, afinal eu sou o SATÉLITE dessa idéia dessa conversa mas daí você acha que escrever é um exercício da solidão daí você descobre é um exercício do ouvir e ver. eu vou dizer o marcos fez um livro lindo nessa história dos exemplares. putamerdaostextos. daí eu quero escrever sobre o livro que nem ele faz. daí eu me lembro ah eu não sou escritora eu não consigo escrever daí eu olho o aspirador de pó e ele olha pra mim e eu fico contente que puxa vida finalmente um aspirador de pó na minha frente que funciona que eu posso usar e que não é meu e a casa se enchendo de flores e raminhas. verde verde verde verde verde verde verde verde verde verde vou dizer, minha gente, SP kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! isso aqui é uma publicação de nada, blogue blogue blogue os cara tão me escrevendo na tela do outlook como se fosse um jornal de minha gente eu já estou na posterioridade eu na imagem a dizer me dá uma lâmpada eu pergunto cadê o usb? taranranranran. fuzuê que é uma maravilha. ontem wally, genial "a paisagem dessa cidade apodrece" e o rio de janeirão lá. me segura qu'eu vou dar um troço, querrrrrrro deixar bem claro que isso não se trata de um exercício de:

2) biografia, biografema, documento, exposição, diário, intimidade, rec.
3) sobretudo não se trata de uma prosa livre de livre-associação que isso é reposição da culpa vienense.

(eu sou um caranguejo!)

sim:

1) biodegradável.
4) para concluir do que se trata de uma 'casa de campo' aguardem os próximos posts. também aparece o morcego, prometo.

agora, o ricardo me disse 'eu vou me temperando com o que eu quero comer de mim' e puxa pensar tanto tem de se delimitar por um escolher que não dá pra só pensar ou perseguir os mesmos estímulos quimícos dentro das suas sensações é necessário fazer um compêndio das sensações do mundo, foi isso que a lua me disse luz, e olhar se há sempre uma usurpação do entulho alheio porque afinal NADA TEM INTERVALO entre mim e o outro e o pé de urucum pisei com o pé estourou de acreditar, sobretudo, pensei que essa gente que enche o saco dizendo 'ai o outro ai o outro ai o outro' não tá é vendo outro nenhum. agora eu me entendi porque eles se preocuparam tanto em me dizer isso. eu já estava na bananeira sob-geada em junho, com oswald de andrade, que, tanto vai e me dizia: a alegria é a prova dos 9.

o que restou, meu amigo, é nosso.
mas o gil completou
e a tristeza teu porto seguro


porto seguro, foi onde, antes de tudo, os portugueses chegaram.

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´não trabalhamos, graças a deus, com objetos de estudo.

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