todos sabiam que isso um dia ia acontecer:
o cubo se desfez: i'm all gratitude, but
o lugar agora é alforria blues, com vocês
8.2.10
6.2.10
fragmentos de uma carta não feita
tenho pensado muito em você, nesses dias como hoje que falta tão pouco pra entregar os textos mais difíceis que já fiz pra uma faculdade que eu nem sei bem porque estou nela e que estou no terceiro café pra conseguir terminá-los. isso porque eu nunca deixo pra depois. isso porque eu paro no segundo..
tenho pensado muito em você e na sua angústia do outro. vejo que em vários pontos você tinha mais razão. não é possível integrá-lo. espero que você também tenha chegado ao abismo do seu ponto de individuação e percebido que a gente só existe é no equilíbrio, como respirar.
tenho pensado muito em você quando descubro uma delicadeza desesperada e me entrego ao colchão como sei que você fazia tão menos a porta se fechava e estava tão só com teus cabelos tão finos.
desde que descobri a ferocidade do recuar você está em todos os meus sonhos. tenho esquecido muito você sobretudo porque sei que você não pára também de pensar em mim.
a nota que você iria explodir de rir ao final: noite dessas sonhei que meu coração explodia.
tenho pensado muito em você e na sua angústia do outro. vejo que em vários pontos você tinha mais razão. não é possível integrá-lo. espero que você também tenha chegado ao abismo do seu ponto de individuação e percebido que a gente só existe é no equilíbrio, como respirar.
tenho pensado muito em você quando descubro uma delicadeza desesperada e me entrego ao colchão como sei que você fazia tão menos a porta se fechava e estava tão só com teus cabelos tão finos.
desde que descobri a ferocidade do recuar você está em todos os meus sonhos. tenho esquecido muito você sobretudo porque sei que você não pára também de pensar em mim.
a nota que você iria explodir de rir ao final: noite dessas sonhei que meu coração explodia.
meu pai disse que eu não sei esperar. acho que foi por isso ele me deu um bovino japonês que é indistinto, não sabemos pra que serve, nem se é boi, touro, vaca, mamute. mas ele tem um lacinho vermelho e lado a lado estamos, esperando o carnaval passar. com a pulseira laranja que ele me deu também. vamos todos terminar um texto.
5.2.10
segredo
vou contar um segredo pra vocês: o scroll na tela do word é o que faz a minha ilusão de que os textos têm que ser contínuos pra serem compreendidos. à mão me adquire melhor a estratégia do informe. meu corpo (pensamento) vai pra todo lado sem o lodo da linha que se obriga. eu vou comprar água. pasto, pasto.
4.2.10
amor
when I was a child I'd like to have a horse or a guitar.
love came after.
todos os meninos sempre quiseram estar sozinhos.
love came after.
todos os meninos sempre quiseram estar sozinhos.
2.2.10
31.1.10
my heart belongs to
30.1.10
28.1.10
how to not corrupt a child
quando eu tinha 12 anos lemos na sala de aula (a 6a série) um poema do manuel bandeira. não me pergunte qual. não sei se penso em pipocas porque elas eram praticamente a minha vida na altura ou se manuel bandeira realmente tem um poema que fale de pipoca. mas, o que me importa é que falei para a professora ao fim da aula mas professora, poesia não tem que ter rima? eu, que escrevia histórias em prosa naqueles anos e a isso pretendo voltar. ela olhou muito séria e riu, me disse não, já faz um tempo que não precisa não. aquilo foi uma liberdade sem tamanho. naquele ano a antologia dos alunos ficou povoada de uns 5 ou seis poemas meus. lembro que um falava de
tiro na jarra-corpo
bem no coração
e era mais físico o tiro explodindo no corpo e o sangue líquido estourando (por isso a "jarra" ) do que uma emoção. mas não é isso que me importa, o que eu me pergunto agora é: da onde é que eu tinha tirado essa idéia de que os poemas precisam de rimas?
#
a frase que meu analista passou cerca de um ano ou dois me dizendo quando eu tinha por volta de 20 anos era "afirme o seu desejo". antes de ontem, olhando as rachaduras do teto, BANG! entendi. quer dizer, eu achava que entendia, mas entendi. entendi porque inflou em mim um sopro, foi o que ele dizia o que fiz nos últimos 5 anos. e percebi que ele tinha razão, e por isso a ele sou toda dádiva, tanto acúmulo. e, mais, porque fazendo, o máximo que pode acontecer é não dar certo. colocado o búfalo atirado do meu coração, agora donde estará aquela leveza do recuar? ou: primeira lição da humildade: desejo troca-se, de nada adianta forçar o molde, joga ele fora! beijo pro meu brasil brasileiro.
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tiro na jarra-corpo
bem no coração
e era mais físico o tiro explodindo no corpo e o sangue líquido estourando (por isso a "jarra" ) do que uma emoção. mas não é isso que me importa, o que eu me pergunto agora é: da onde é que eu tinha tirado essa idéia de que os poemas precisam de rimas?
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a frase que meu analista passou cerca de um ano ou dois me dizendo quando eu tinha por volta de 20 anos era "afirme o seu desejo". antes de ontem, olhando as rachaduras do teto, BANG! entendi. quer dizer, eu achava que entendia, mas entendi. entendi porque inflou em mim um sopro, foi o que ele dizia o que fiz nos últimos 5 anos. e percebi que ele tinha razão, e por isso a ele sou toda dádiva, tanto acúmulo. e, mais, porque fazendo, o máximo que pode acontecer é não dar certo. colocado o búfalo atirado do meu coração, agora donde estará aquela leveza do recuar? ou: primeira lição da humildade: desejo troca-se, de nada adianta forçar o molde, joga ele fora! beijo pro meu brasil brasileiro.
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27.1.10
26.1.10
25.1.10
24.1.10
S2
23.1.10
a ironia é horas atrás ter escrito aqui "esquecimento" e faz dias pensar que horror já faz quase 5 meses que estou em Lisboa e o que foi que eu vivi até agora? e não saber o tanto. e ir pegar os rolos de filme (três) dos últimos (três) meses que deixei pra revelar ontem e encontrar todas as fotos veladas,
luz demais na memória, apaga.
luz demais na memória, apaga.
esquecimento
toda vez que em portugal leio t.s. eliot o quarto toma tons avermelhados. e é o acaso, outra vez de um lençol na cama, ou hoje de um cobertor cor-de-rosa pendurado pra secar na janela do vizinho, reflete aqui. como teve uma vez que clarice lispector reluzia com a prateada luz da janela inox que batia.
ninguém tem culpa.
- -
é urgente: ler, dançar, abraçar e escrever.
ninguém tem culpa.
- -
é urgente: ler, dançar, abraçar e escrever.
20.1.10
se o que eu tivesse, fosse um gato, abria pela janela. se sentava entre as conchas. há meses que não tiro o pó de tudo. se já estou aqui, não sei pelo que estou esperando. de repente ficaram tantos os modos de dizer, por aqui: essa janela, meu texto de salto alto. quem lê?
diga a verdade: já cheguei no paradigma da dívida. outra vez, vezes três, dá zero. é a barriga que grita, querendo roçar de barriga com roçar de barriga, não sou eu. te juro: gosto mais de você do que dessa cenoura. no inverno me disseram: não coma alimentos crús.
e algo tão intenso, eu tão besta, tipo algo simples como um encontro de mãos dadas vira um estrondo de maremoto, o sonho que me corrói a vida. o sonho oxida a vida. o SOnhomeoxida. desculpe, leitor, desculpe, meu amigo.
quem me conhece sabe: sou um mononstro traidor. eu mudo de idéia. eu não consigo acreditar por muito tempo em nada. sobretudo. sobretudo. digo assim: quem sabe se eu destruir agora tudo onde eu já cheguei, onde só a raiva me vencer em não me vencer, (alguma esperança aqui que de tudo floresça o tudo,/ que onde quer que eu vá carregue nos olhos uma imagem calma.) por que é que a gente atravessa o atlântico pra ter a avenida rebouças demais nos olhos?
eu tou mesmo é precisando fuder com tudo, flertar com tudo até o fim. dizer assim: não quer;/vai ficar sem. quer/ não te dou também. acabou o paradigma da bondade, acabou o paradigma do sonho, acabou o paradigma da verdade/ acabou o paradigma da honestidade/ acabou o paradigma do amor/ acabou. me desclassifiquem junto com ele. se ainda há alguma chance de de mim ouvirem alguma coisa vai ter que ser desse jeito: zumbido. todo mundo briga um pouco. eu não tenho idade, tá me entendendo?, eu não tenho idade pra entender as coisas.
eunãotenhoidadeprasóverefalardebeleza, amor.
eu sou a morte, eu tenho saudades de mim mesma, morro de saudades de mim mesma, saudades de mim mesma.
não se trata aqui de estética do abismo/; figuração da sinceridade, o caccete.;/ eu odeio a questão das coisas, eu odeio a questão das coisas: eu quero um mundo plano é já, eu ordenei, alguém tinha que fazer alguma coisa com isso. não, eu não estou falando sozinha. não, não estou fazendo sozinha. não me importo em ceder. mas às vezes não percebo. e antes de dissolver, daí fico ca-t-a-log-ando.
FORME OS GRUPOS
cor -- - - - - - -- - - bicho
saúva - - - - - - - --abismo
depois então eu cedo, penso: mas essa questão da realidade x ilusão pelo amor de deus, que questão primária. NÃO TEM RESPOSTA. entendeu? NÃO TEM RESPOSTA. o empobrecimento das respostas, eu não quero essa vulgaridade. NÃO TEM RESPOSTA.
época de merda do cacete todo mundo procurando guia/ estrela, itálico, talismã. / eu desconfio de tudo. quero te dizer: presta atenção. atravessa sempre a rua desse seu jeito de quem está indo pra onde está indo e conhece os dois lados, mas não olhou. tudo está ali desse lado mesmo e do outro. eu vou correndo, pegar o eléctrico que for.
superstar com você.
sem timbre de dor, aqui.
meu amor, sem timbre de dor.
diga a verdade: já cheguei no paradigma da dívida. outra vez, vezes três, dá zero. é a barriga que grita, querendo roçar de barriga com roçar de barriga, não sou eu. te juro: gosto mais de você do que dessa cenoura. no inverno me disseram: não coma alimentos crús.
e algo tão intenso, eu tão besta, tipo algo simples como um encontro de mãos dadas vira um estrondo de maremoto, o sonho que me corrói a vida. o sonho oxida a vida. o SOnhomeoxida. desculpe, leitor, desculpe, meu amigo.
quem me conhece sabe: sou um mononstro traidor. eu mudo de idéia. eu não consigo acreditar por muito tempo em nada. sobretudo. sobretudo. digo assim: quem sabe se eu destruir agora tudo onde eu já cheguei, onde só a raiva me vencer em não me vencer, (alguma esperança aqui que de tudo floresça o tudo,/ que onde quer que eu vá carregue nos olhos uma imagem calma.) por que é que a gente atravessa o atlântico pra ter a avenida rebouças demais nos olhos?
eu tou mesmo é precisando fuder com tudo, flertar com tudo até o fim. dizer assim: não quer;/vai ficar sem. quer/ não te dou também. acabou o paradigma da bondade, acabou o paradigma do sonho, acabou o paradigma da verdade/ acabou o paradigma da honestidade/ acabou o paradigma do amor/ acabou. me desclassifiquem junto com ele. se ainda há alguma chance de de mim ouvirem alguma coisa vai ter que ser desse jeito: zumbido. todo mundo briga um pouco. eu não tenho idade, tá me entendendo?, eu não tenho idade pra entender as coisas.
eunãotenhoidadeprasóverefalardebeleza, amor.
eu sou a morte, eu tenho saudades de mim mesma, morro de saudades de mim mesma, saudades de mim mesma.
não se trata aqui de estética do abismo/; figuração da sinceridade, o caccete.;/ eu odeio a questão das coisas, eu odeio a questão das coisas: eu quero um mundo plano é já, eu ordenei, alguém tinha que fazer alguma coisa com isso. não, eu não estou falando sozinha. não, não estou fazendo sozinha. não me importo em ceder. mas às vezes não percebo. e antes de dissolver, daí fico ca-t-a-log-ando.
FORME OS GRUPOS
cor -- - - - - - -- - - bicho
saúva - - - - - - - --abismo
depois então eu cedo, penso: mas essa questão da realidade x ilusão pelo amor de deus, que questão primária. NÃO TEM RESPOSTA. entendeu? NÃO TEM RESPOSTA. o empobrecimento das respostas, eu não quero essa vulgaridade. NÃO TEM RESPOSTA.
época de merda do cacete todo mundo procurando guia/ estrela, itálico, talismã. / eu desconfio de tudo. quero te dizer: presta atenção. atravessa sempre a rua desse seu jeito de quem está indo pra onde está indo e conhece os dois lados, mas não olhou. tudo está ali desse lado mesmo e do outro. eu vou correndo, pegar o eléctrico que for.
superstar com você.
sem timbre de dor, aqui.
meu amor, sem timbre de dor.
convívio
estar em paris, definitivamente, essa cidade em que não estamos. quando eu não conhecia a generosidade do amor era mais fácil brutalizar-me num espelho partido: dizer: esta imagem é tua, amor, quebra tacape leva, fogueira. mas agora o que arde é aqui, peito rasante, como um chiclete de menta, ou o traço que leva e levanta, cava no teu sorriso, nuvem, nuvem.
16.1.10
14.1.10
voltei a alguma coisa grande. e começou de novo. não sei direito. compartilhar o aeroporto, o dia que percebi que morava sozinha, o aeroporto de novo, quase me pegaram, ouvir friday i'm in love ter quebrado o intervalo entre ação e vontade, ou movimento e escândalo, uma manhã no Porto, uma chuva discutida embaixo da chuva como é que chove?, ou de madrugada no albergue abrir os olhos e ter uma sueca ao meu lado e a central do brasil pela janela, pensar em smiths e sentir um cristal quente e branco e luminoso entre os meus seios, abacate com limão e açúcar na novidade que é, ou pequena minha mãe na beira da piscina me alimentava com pimentão, depois fiquei 15 anos sem comê-los que me davam dor de cabeça e aqui em portugal eles são pimentos, ou eu e o bernardo ainda não entendemos porque algumas lojas espalham seus produtos pelo chão na madrugada (esse é o grande segredo que a europa nos confiou mas ainda não contou) e depois uma outra coisa que eu não disse, ou disse demais, e a certeza de que o outro da minha cabeça tem que jogar a favor, se não jogo ele fora, escrever e escrever ou escrever ou/e escrever, e a certeza também de novo que se algo nos desviar (ou não) será sempre o amor, maior, amor e a certeza não era essa! a certeza é a primavera, não lembro mais como eu disse, mas é das poucas coisas que se pode esperar, a passagem do tempo na alternância das estações, é um horizonte que se aproxima. lembra?
9.1.10
8.1.10
7.1.10
5.1.10
4.1.10
3.1.10
os homens nasciam e se enchiam de coisas, eu só conseguia falar se não fizesse sentido com o que havia sido dito imediatamente antes.
meu corpo era inteiro ele, uma ladainha só.
fui fazer vácuo na banheira, o pato me comeu, ladrão! ladrão.
tinha uma espécie de fuga na solidão do texto. eu tinha uma espécie de crença na maleabilidade das palavras num texto, não me importava com as idéias. de repente: crise!!!!!! crise!!!! conteúdo.
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meu corpo era inteiro ele, uma ladainha só.
fui fazer vácuo na banheira, o pato me comeu, ladrão! ladrão.
tinha uma espécie de fuga na solidão do texto. eu tinha uma espécie de crença na maleabilidade das palavras num texto, não me importava com as idéias. de repente: crise!!!!!! crise!!!! conteúdo.
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