20.1.10

se o que eu tivesse, fosse um gato, abria pela janela. se sentava entre as conchas. há meses que não tiro o pó de tudo. se já estou aqui, não sei pelo que estou esperando. de repente ficaram tantos os modos de dizer, por aqui: essa janela, meu texto de salto alto. quem lê?

diga a verdade: já cheguei no paradigma da dívida. outra vez, vezes três, dá zero. é a barriga que grita, querendo roçar de barriga com roçar de barriga, não sou eu. te juro: gosto mais de você do que dessa cenoura. no inverno me disseram: não coma alimentos crús.

e algo tão intenso, eu tão besta, tipo algo simples como um encontro de mãos dadas vira um estrondo de maremoto, o sonho que me corrói a vida. o sonho oxida a vida. o SOnhomeoxida. desculpe, leitor, desculpe, meu amigo.

quem me conhece sabe: sou um mononstro traidor. eu mudo de idéia. eu não consigo acreditar por muito tempo em nada. sobretudo. sobretudo. digo assim: quem sabe se eu destruir agora tudo onde eu já cheguei, onde só a raiva me vencer em não me vencer, (alguma esperança aqui que de tudo floresça o tudo,/ que onde quer que eu vá carregue nos olhos uma imagem calma.) por que é que a gente atravessa o atlântico pra ter a avenida rebouças demais nos olhos?

eu tou mesmo é precisando fuder com tudo, flertar com tudo até o fim. dizer assim: não quer;/vai ficar sem. quer/ não te dou também. acabou o paradigma da bondade, acabou o paradigma do sonho, acabou o paradigma da verdade/ acabou o paradigma da honestidade/ acabou o paradigma do amor/ acabou. me desclassifiquem junto com ele. se ainda há alguma chance de de mim ouvirem alguma coisa vai ter que ser desse jeito: zumbido. todo mundo briga um pouco. eu não tenho idade, tá me entendendo?, eu não tenho idade pra entender as coisas.

eunãotenhoidadeprasóverefalardebeleza, amor.

eu sou a morte, eu tenho saudades de mim mesma, morro de saudades de mim mesma, saudades de mim mesma.

não se trata aqui de estética do abismo/; figuração da sinceridade, o caccete.;/ eu odeio a questão das coisas, eu odeio a questão das coisas: eu quero um mundo plano é já, eu ordenei, alguém tinha que fazer alguma coisa com isso. não, eu não estou falando sozinha. não, não estou fazendo sozinha. não me importo em ceder. mas às vezes não percebo. e antes de dissolver, daí fico ca-t-a-log-ando.

FORME OS GRUPOS

cor -- - - - - - -- - - bicho
saúva - - - - - - - --abismo

depois então eu cedo, penso: mas essa questão da realidade x ilusão pelo amor de deus, que questão primária. NÃO TEM RESPOSTA. entendeu? NÃO TEM RESPOSTA. o empobrecimento das respostas, eu não quero essa vulgaridade. NÃO TEM RESPOSTA.

época de merda do cacete todo mundo procurando guia/ estrela, itálico, talismã. / eu desconfio de tudo. quero te dizer: presta atenção. atravessa sempre a rua desse seu jeito de quem está indo pra onde está indo e conhece os dois lados, mas não olhou. tudo está ali desse lado mesmo e do outro. eu vou correndo, pegar o eléctrico que for.

superstar com você.
sem timbre de dor, aqui.
meu amor, sem timbre de dor.

Um comentário:

Isabela disse...

100 anos dos balés russos.

 

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