28.1.10

how to not corrupt a child

quando eu tinha 12 anos lemos na sala de aula (a 6a série) um poema do manuel bandeira. não me pergunte qual. não sei se penso em pipocas porque elas eram praticamente a minha vida na altura ou se manuel bandeira realmente tem um poema que fale de pipoca. mas, o que me importa é que falei para a professora ao fim da aula mas professora, poesia não tem que ter rima? eu, que escrevia histórias em prosa naqueles anos e a isso pretendo voltar. ela olhou muito séria e riu, me disse não, já faz um tempo que não precisa não. aquilo foi uma liberdade sem tamanho. naquele ano a antologia dos alunos ficou povoada de uns 5 ou seis poemas meus. lembro que um falava de

tiro na jarra-corpo
bem no coração

e era mais físico o tiro explodindo no corpo e o sangue líquido estourando (por isso a "jarra" ) do que uma emoção. mas não é isso que me importa, o que eu me pergunto agora é: da onde é que eu tinha tirado essa idéia de que os poemas precisam de rimas?

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a frase que meu analista passou cerca de um ano ou dois me dizendo quando eu tinha por volta de 20 anos era "afirme o seu desejo". antes de ontem, olhando as rachaduras do teto, BANG! entendi. quer dizer, eu achava que entendia, mas entendi. entendi porque inflou em mim um sopro, foi o que ele dizia o que fiz nos últimos 5 anos. e percebi que ele tinha razão, e por isso a ele sou toda dádiva, tanto acúmulo. e, mais, porque fazendo, o máximo que pode acontecer é não dar certo. colocado o búfalo atirado do meu coração, agora donde estará aquela leveza do recuar? ou: primeira lição da humildade: desejo troca-se, de nada adianta forçar o molde, joga ele fora! beijo pro meu brasil brasileiro.

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