31.3.07
27.3.07
olho para o lado no corredor lembrando de você, se você não vem? vejo um outro que me lembra você, do lado de quem vem, procurando por alguém.
ele está apaixonado. faz dias que eu vejo e sei: aquele homem está apaixonado esperando, procurando com os olhos ela que não chega. todo dia é a mesma coisa: ele, apaixonado, fica inquieto onde não deve, não consegue só se sentar e esperar, ele está consumido, não deve dormir nem comer direito,
está consumido, como todos nós seremosoufomos, os incinerados pelo amor que não chega. ou que chegou e a gente não sabe oquemaisquerer?
isso porque, horas antes,
oprofessordeliteratura dizia com risinhos da tópica ingênua do amor no lixodoromance em questão: "como se a paixão fosse uma doença". eu deveria ter abordado uma questão de indignação? vou levar o moço que acompanho com os olhos a vivência da falta, levarei a mim mesma num tribunal e uma dúzia de amigos justos
mas você, se você chegar e quiser participar da nossa turma te daremos suas cinzas. vão rir de você, gargalharemos dos seus fingimentos, da sua ridícula parecência.
não vem que não tem, meu bem. eu agora não sou mais fatual.
ele está apaixonado. faz dias que eu vejo e sei: aquele homem está apaixonado esperando, procurando com os olhos ela que não chega. todo dia é a mesma coisa: ele, apaixonado, fica inquieto onde não deve, não consegue só se sentar e esperar, ele está consumido, não deve dormir nem comer direito,
está consumido, como todos nós seremosoufomos, os incinerados pelo amor que não chega. ou que chegou e a gente não sabe oquemaisquerer?
isso porque, horas antes,
oprofessordeliteratura dizia com risinhos da tópica ingênua do amor no lixodoromance em questão: "como se a paixão fosse uma doença". eu deveria ter abordado uma questão de indignação? vou levar o moço que acompanho com os olhos a vivência da falta, levarei a mim mesma num tribunal e uma dúzia de amigos justos
mas você, se você chegar e quiser participar da nossa turma te daremos suas cinzas. vão rir de você, gargalharemos dos seus fingimentos, da sua ridícula parecência.
não vem que não tem, meu bem. eu agora não sou mais fatual.
26.3.07
23.3.07
12.3.07
4.3.07
o espetáculo
vejam as asas e os sapatos
que viraram irmãos no delírio
que encantados agora são pássaros de couro ornamental
dos sapatos não se usam meus ossos, e as asas estão sem as plumas, a renda continua sem a chegada do apresentador, um cão escapa de dizermos que não há público e morde a falta de sangue do inferno
e os homens estão na fila dos carros fingindo que são homens dentro de carros
o pássaro de couro ornamental não move uma sílaba
essa gota precária de saliva
(o adorável desenho é da eva, muito mais aqui)
2.3.07
passei as últimas noites procurando novos meios de comunicação. a primeira delas era adicionar escritos poéticos em bulas de enfartados, tendo o redator uma única cartilha: "aqui não se sugere o anti-tabagismo, mesmo porque aqui não se sugere nada".
no cinema godard repete o que no consultório o psicanalista afirma: a comunicação entre-um-e-outro é intransitiva. isso ele diz de dentro do consultório onde não teve o amor que eu tive, de comunicação impermitida. afinal, de que serve uma saudade ou mesmo um número de telefone se ele se encontra irremediavelmente ultrapassado?
no cinema godard repete o que no consultório o psicanalista afirma: a comunicação entre-um-e-outro é intransitiva. isso ele diz de dentro do consultório onde não teve o amor que eu tive, de comunicação impermitida. afinal, de que serve uma saudade ou mesmo um número de telefone se ele se encontra irremediavelmente ultrapassado?
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