em novembro do ano passado, em São Paulo, escrevi isso daqui: a respeito de um passarinho. isso realmente me aconteceu, o passarinho vôou para cima da minha janela e ficou preso. o que eu contei em um e-mail, mas não contei no post, nem no texto que virou poema do "cantos de estima" foi que na hora em que isso aconteceu, eu estava ouvindo um fado muito famoso chamado "gaivota", que começa é assim:
se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
e de repente pá, um filhote de tico-tico acertou minha janela e se prendeu nas frestas. além da ironia, foi uma angústia sem fim de umas 15 horas, até o momento da libertação dele. e depois a sensação de que pra ele tudo tinha se resolvido, mas pra mim não.
ontem cheguei muito tarde do Bairro Alto, aqui na minha nova casa em Lisboa, onde estou faz 4 noites. e tive que acordar cedo porque vieram fazer uns orçamentos de consertos de coisinhas. da casa. com isso feito, almocei (o primeiro almoço que aqui preparei e que, como sempre, me faz muito bem), comi mesmo gostoso e voltei a dormir. acordei várias vezes, tendo uns sonhos altos (é muito bom que desde que não fumo voltei a sonhar) e sempre na dúvida de se queria levantar ou não pra viver o lindo azul e quente lá fora.
então acordei faz meia hora com um bater de asas, dessa vez entre a janela de vidro e a de madeira e quando desacreditando e sonolenta abri a de madeira, saiu voando um pássaro que ficou um pouco de tempo sem entender nada, atravessou o quarto voando, quase bateu na parede e saiu pela outra janela, que estava aberta. agora não estou mais só, sou livre, tenho o passarinho.
se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
e de repente pá, um filhote de tico-tico acertou minha janela e se prendeu nas frestas. além da ironia, foi uma angústia sem fim de umas 15 horas, até o momento da libertação dele. e depois a sensação de que pra ele tudo tinha se resolvido, mas pra mim não.
ontem cheguei muito tarde do Bairro Alto, aqui na minha nova casa em Lisboa, onde estou faz 4 noites. e tive que acordar cedo porque vieram fazer uns orçamentos de consertos de coisinhas. da casa. com isso feito, almocei (o primeiro almoço que aqui preparei e que, como sempre, me faz muito bem), comi mesmo gostoso e voltei a dormir. acordei várias vezes, tendo uns sonhos altos (é muito bom que desde que não fumo voltei a sonhar) e sempre na dúvida de se queria levantar ou não pra viver o lindo azul e quente lá fora.
então acordei faz meia hora com um bater de asas, dessa vez entre a janela de vidro e a de madeira e quando desacreditando e sonolenta abri a de madeira, saiu voando um pássaro que ficou um pouco de tempo sem entender nada, atravessou o quarto voando, quase bateu na parede e saiu pela outra janela, que estava aberta. agora não estou mais só, sou livre, tenho o passarinho.
5 comentários:
E como se está quando, alguns anos após genuflexão e esboços de flexão diante de pombas mortas, também durante o sono, outra entra pela única janela e quica ao lado da cama, no chão verde do andar alto?
passarinho quer cantar / o rabico balançar / porque acaba de nascer / tchu tchu tchu tchu
Você vai nos mandar esse endereço do bairro alto, ou qualquer outro que bem lhe pareça, para que a gente possa exercitar a arte perdida da carta manuscrita? E você, Isabela, me manda o seu, pont neuf ou qualquer coisa assim lá perto (acho eu)?
Que bom saber.
Orlando, perto do Pont-Neuf dos amantes de Carax, sim.
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