4.3.08
hoje que estou partindo e a tarde é tranqüila e a noite chega sem que eu me saiba bem
gosto de pensar como fernando pessoa e a sua maneira de justapor portuguesa,
para realçar os tempos do coração que se sobrepõem, avisando para quem parte que já se partiu
o coração, o bilhete de viagem, o caminho a nado,
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porque não são ridículas, mesmo quando ridículas, todas as cartas de amor. hoje, por exemplo, acordei o meu gato com o arroz que preparei para mim em seu focinho rosa, como se estivesse alimentando uma carta de amor. um pouco do meu arroz, sendo isto, um pedaço do meu amor. meu amor que não é precário, ínfimo, gratuito ou, como já dizia, ridículo. está inteiro em seu pedaço de amor, que não atinge a tudo, atinge tão pouco o meu amor, tão pouco a minha palavra te atinge?
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"It is bad when one thing becomes two. One should not look for anything else that called a way. If one understands things in this manner, he should be able to hear about all ways and be more in accord with his own."
-o que aproveitei de um filme chato do jarmusch
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eu não teria coração agora, coração, suficiente que fosse para escrever ou ler o que te escrevi, com outro coração que é meu também, embora ainda. não teria porque respeito o coração aliviado e me invado de memória como quem já partiu.
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Um comentário:
ia te dizer julitz,
re-parte-se amor em pedaços como cartas, tardes, mensagens, discos, poemas, arroz; e da música que ouço,
yer gonna have to leave me now, I know
but I'll see you in the sky above
in the tall grass, in the ones I love
yer gonna make me lonesome
when you go
p.s.: eu tenho um coração mas ele não me diz respeito, vê só?
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