4.10.09

o amor agora desce a rua
como uma nave alienígena
que aterrisa e perde o prumo
a areia, o descampado,
campo raso,
afago o beijo do meu bem
no ar.

* *

"meu amor

do que eu sei, antes do século dezoito o sujeito que dava o cu era que nem um crime: ele no máximo seria um reincidente num ato, jamais uma personificação do ato. se não ia pra fugáira e jesusinho lhe tomava o curaçaum era eu-te-amo-meu-brasil. mas a gente vive num tempo médico em que o teu corpo diz quem você é, vitória do lombroso. o nazismo venceu tanto que ninguém percebe que ele venceu.

o que a galera partidária da epistemologia queer diz, bem à la united states, é que a gente não é essência e nem corpo a gente é: que o nosso corpo é discurso e, como tal, ele pode ser dito redito desdito. porque a liberdade individual e de escolha e blah né. feminists don't have a sense of humor

http://www.youtube.com/watch?v=ORfG4rpZv6Y

mas essa gente from my point of view é PARANÓICA e olha, meu amor, a liberdade que um pesadelo de palavras me dá não tá no meu quadril não, viu. o mato é muito maior."

* *

"um templo de mãos disponíveis para o amor"

* *

mais uma vez um poema
deixa acontecer

talvez a gente saiba um ao outro
o que se quer / talvez não

e me pergunto se as gaivotas
que anoitecem o céu

contam assim todas as estações?

tanto trazem o calor
como o terror a noite

que vem antes cinza
e depois se despede em dia


* *

.

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