19.8.09

abro as retinas dos acordes, então

agora parece que são paulo se abre lentamente
e tudo que está sendo dura mais dois segundos a mais do que durava
deixei o taxista parado minuto eu vendo no farol aberto tudo
me contando uma história
só porque ele queria contar
a história da juíza que tem o filho drogado / não é só gente pobre que cheira-cola
e no vidro as gotinhas da chuva que veio a luz dos postes
e minha mão sobre a minha barriga cheia
e o ritmo dele era da idade, as folhagens da Artur de Azevedo,
o couro do rádio-táxi
bom gente que se depura até conquistar a originalidade do ritmo
bom quando consigo ver as outras pessoas definidamente
deixar todo mundo ser, fluido mistério sempre há de pintar por aí

não sei o que vai ser
nem me importa crer em nada
porque como eu vou explicar o que eu já sei?


tantas vezes tão fundo e retroceder
ele que é como o mar

nem sei
já que sempre vou viver vivendo que só sabia um pedaço, um mísero pedaço

2 comentários:

bernardo rb disse...

tarô & meus peixes. coisas sabendo. beijos

ilana disse...

gostei muito, essa coisa dos dois segundos, me fez bem você escrever. faz.

um beijo-coração

 

Free Blog Counter