agora parece que são paulo se abre lentamente
e tudo que está sendo dura mais dois segundos a mais do que durava
deixei o taxista parado minuto eu vendo no farol aberto tudo
me contando uma história
me contando uma história
só porque ele queria contar
a história da juíza que tem o filho drogado / não é só gente pobre que cheira-cola
e no vidro as gotinhas da chuva que veio a luz dos postes
e minha mão sobre a minha barriga cheia
a história da juíza que tem o filho drogado / não é só gente pobre que cheira-cola
e no vidro as gotinhas da chuva que veio a luz dos postes
e minha mão sobre a minha barriga cheia
e o ritmo dele era da idade, as folhagens da Artur de Azevedo,
o couro do rádio-táxi
o couro do rádio-táxi
bom gente que se depura até conquistar a originalidade do ritmo
bom quando consigo ver as outras pessoas definidamente
deixar todo mundo ser, fluido mistério sempre há de pintar por aí
nem sei
bom quando consigo ver as outras pessoas definidamente
deixar todo mundo ser, fluido mistério sempre há de pintar por aí
não sei o que vai ser
nem me importa crer em nada
porque como eu vou explicar o que eu já sei?
tantas vezes tão fundo e retroceder
ele que é como o mar
tantas vezes tão fundo e retroceder
ele que é como o mar
nem sei
já que sempre vou viver vivendo que só sabia um pedaço, um mísero pedaço
2 comentários:
tarô & meus peixes. coisas sabendo. beijos
gostei muito, essa coisa dos dois segundos, me fez bem você escrever. faz.
um beijo-coração
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