19.7.09

os guardas dormem na fronteira

De repente manifesto
a gente

vai se voltar a um outro escalão:
montanha, névoa, marulho, o metrô que é o nosso trovão

então você acha que os cantos estão mudando de lugar
mas é a gente que vê os homens constrangidos da cidade

e tenta: enseada sobre asfalto, essa manhã,
porque tudo que é, é o nosso

estou no ponto pro Jardim da Glória, lendo a realidade
cientistas descobrem Alpes submersos na Austrália

na contracapa um coração selvagem pela metade
o cheiro de perto do sal um potro de pulmões novos

e o mar, ah oceano cavalgadura,
absolutamente estrangeiro a mim nesse interior sem tamanho

eu juro que esse túnel não acaba
estão nos levando a um lugar de verdade.

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