esse agora é para o breno
e dessa vez não foi o rodrigo que me atendeu. porque toda vez que eu vou ao correio é o mesmo rodrigo que me atende. é sério. eu já vou lá e digo 'alou alou rodrigo', meio que rima, né? ele percebe, não me entende direito, não acha graça. não sei bem qual é o QI do rodrigo que no mais parece as patas de um urso ( ww ww ww ww) . mas, quando tive que sair de lá na chuva, na semana do meu aniversário, o rodrigo me deu um saquinho pra enrolar o celular novo. chovia tanto que eu mal conseguia abrir os olhos. sabe, os cílios são mesmo pára-brisas, mas a chuva era uma torrente. eu fui chutando a água nas sarjetas. de um cano de um muro a água jorrava cheia de barro e eu espalmando a mão na lectospirose. sou forte, e isso é antes de tudo. feel the sound. foi aí que me lembrei que eu havia acabado de enviar pelo correio um poema que falava daquilo mesmo, da chuva escorrendo doce pelos seios das minhas pernas - "janeiro"- e poxa,
po-xa aquele dia cheguei em casa e consultei o dicionário de nomes próprios pra saber o que significava "rodrigo" e sabe, não significava nada. mas hoje lá, eu na fila pensando, alou alou rodrigo, o envelope rosa na mão, o rodrigo que sabe que eu peço pra ele colocar um selo de cada, e apitou o guichê pra que eu tinha que ir segui daí alou alou elaine, nada de rodrigo hoje, gente. a elaine beicinho. perguntei quanto tempo pro prioritário ela me disse '7 dias' eu quase 'como assim gente quem é que mente pra mim então?' porque o rodrigo sempre fala um número maior que isso porque eu sempre pergunto, porque eu sempre sei mas eu sempre pergunto, sabe como é, fila-guichê-caixa, a gente faz o que pode. fiquei tão atônita que a elaine já tinha colado todos os selos antes de eu pedir 'ah põe um de cada' que esse é o tchubirubi de selar o envelope rosa-rosa com selos. ah elaine, viu. daí eu olho pro rodrigo e ele com aquela cara de que viu um elefante voando só que era um passarinho.
saio do correio meio feliz. parece que a chuva não é dessa vez. fico bem contente porque não quero me molhar, hoje não estava tão quente como da outra vez e minha volúpia bem mais na calada da gravidade do que aquele incendião da chuva de outro dia feito a bahia. são paulo minha gente é são paulo. que deus a tenha.
e não é que passo na frente da Quituteira onde sempre passo quando vou ao correio e nem cogito mesmo comer algum daqueles doces enormes porque sempre penso 'ok, delícia, mas e o tempo pra me recuperar disso depois?', sabe, eu ando muito pelas coisas, 'body and soul'.
ok. ok. ok.
é dessa vez. estou feliz. olho a bomba de chocolate. bomba de chocolate me lembra uma doceria de Pinheiros, Pinheiros me lembra jogar uma bomba na cabeça daquele traste! foi então ah minha gente apareceu na minha frente um merengue cheio cheinho de chantilly. lembrei de ontem, que de madrugada queria chantilly? delírio. toda essa vida que é só sorte. pedi pra moça embrulhar. contei pra ela que tive vontade de comer chantilly de madrugada. ela falou 'ahquecoisa' meio sei lá atrás do balcão, por que o povo se assusta com intimidade, né?, adoro susto. um dia saio por aí de vampiro mesmo, daí vocês vão ver.
capa encarnada amor na estrada imensidão na jugular
enquanto isso não acontece, cheguei em casa com o doce.
dá pra não ser sincera?
e pensei, ah, isso sim que é o livro dos prazeres já me retornando! sucumbi, o mais possível, aos risos, o chantillly me entrando pelos narizes chupando todos os dedos com todo o amor das baratas ao açúcar e, com as janelas todas abertas, foi um ato de amor. depois bebi a camomila e depois também um café. quando o tempo for propício. tua carta que não chega. essas saudades.
3 comentários:
http://br.youtube.com/watch?v=XnXRfhIDLtA
mulher, amei. amei, amei, amei. principalmente o "que esse é o tchubirubi de selar o envelope rosa-rosa "
tchu-bi-ru-bi.
amei.
que bom que você re-postou esse, júlia.
beijo,
breno
(consertei o meme)
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