28.8.08

a areia era tao longa, cinzentos olhos,
que se confundia com o mar ao fundo

feito um bondinho contava historias
do bordado da manga do vestido
lilas
no dia das maes de 1973, nao, o aperitivo era outro,
lambari e campari, serviam, nao, 1974?,
nao setenta e tres na certeza, porque o Dantinho brindou a fundacao do partido, ou 75 que havia morrido morto no escuro?

como um traidor
a torneira pingava.

e eu louca pra bronzear minhas pernas
aquecer as coxas
a memoria até um tempo sem historias

a crianca com o baldinho vermelho
afundar aquela ilha

nao nao continuava
eram bordados, pingentinhos e martini,

espantei uma formiga que subiu na perna
contou como o inseticida lhe corrompia as narinas
e voltou, o drambuie foi no de 82

era como a janela
meio aberta sem querer
quando a lufada de vento
subia e dancava a cortina para cima
depois ca'ia.

- - - -

a escritora bota fogo em seus
quatro diarios de viagem
em um gesto

(imaginario)

(que por nao ser levado a cabo
demonstra a fraqueza de sua vaidade
e sua reverencia pela memoria)

- - - -
nada é mais bonito do que uma brecha de ternura quando escapa de um homem e vem dar no seu rosto no quarto ao ceu da rua.

- - -

(a italia me faz entender melhor os homens)

- - - -

trabalho em circulos

vivo morrendo na floresta escura
e acordando no descampado
chao de barro rachado

escrevo como que corta o mato
dentro de uma clareira
iluminado pasto rasteiro.

Nenhum comentário:

 

Free Blog Counter