13.7.07

a memória tem braços e tem pernas. tem muitas vozes. às vezessó vontade sem pernas. sorte dela se estivesse só na cabeça ou no sangue, nesse incrível e efusivo nosso corpo que tantas vezes vive só de estar no rastro do corpo de alguém,

no escuro, como me acontece sempre, mas agora no do seu quarto você recosta a cabeça no travesseiro empilhado no batente da cama e o seu sangue aterrorizado e também os braços e as suas pernas caladas enfim repousam
como se nunca, nunca antes por mim sepultados

na primeira vez era sair da cidade
na segunda o cais e a eternidade
finalmente resolvi sair do país
foi na noite que atravessei o jardim da minha casa e fui dar numa escada de concreto
um caracol de ângulos retos,

Um comentário:

F. Vives disse...

No meu caso, aos 14 anos, ir para o centro da cidade era uma aventura que exigia camisa nova e perfume.
Congratula�es.

 

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