13.4.07

acho que a literatura já é uma espécie de mutismo no sentido de que é necessário um outro para ela se fazer. mesmo se for para expulsar esse outro da narrativa, ele está ali, o expulso. se ninguém abre o livro que ele escreveu, o livro não existe. eu penso isso em todas as livrarias que freqüento, com os excessos que encontro nas prateleiras e poucos (ou nenhum) livros seduzem. preciso escrever uma história que se eu encontrasse numa livraria eu gostaria. estou escrevendo uma história que pode demorar anos pra ser feita, como a minha própria vida, pela estrutura que eu tenho planejado. acho que isso me seduz, eu nunca soube manter uma atividade assim por muito tempo e qualquer coisa que me faça acordar todos os dias, como um filho faria, é um planejamento estrutural, vital e um baile no tédio.

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roland barthes: "todo estilo é um segredo".
clarice lispector: "quanto a escrever, mais vale um cachorro vivo".
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vamos caçar razões e astronautas?

lendo humano, demasiado humano: "assim como aumentam as geleiras quando nas regiões equatoriais o sol atinge os mares com mais ardor do que antes, também um livre-pensar muito forte e abrangente pode ser testemunho de que em algum lugar ponto o ardor do sentimento cresceu extraordinariamente".
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como será que o rosto dele vai ficar quando envelhecer mais?
(vinte anos daqui em diante,
sem beijos de despedida dessa vez
seu charme ainda, espero, vai me fazer sofrer
boa viagem que você se exploda dentro de mim
até o fim.)

3 comentários:

Anônimo disse...

e um beijo pra você.
(tony)

filosonia disse...

outro

júlia disse...

outro pra você tony
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e pra você também, "f?", com a pergunta: será que você compõe algumas outras letras no seu anonimato?

 

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