28.3.06

como em folha pautada seu compromisso
de pegar o verso: a cada despedida como uma retificação.
Tenho vontade de usá-lo como minha borda, um tanque, esfrego e descanso descanso e esfrego. Tinha impressão de que o fundo era lá embaixo, mas estamos ocos. Minha melancolia, nosso desejo oco, toda vez que não toco no desejo ele afunda as coisas todas eu me perco nas coisas como em nadas, não quero mais brincar de nada que não seja...? essa era a antiga narração, que ainda ressoa e em semelhança dói. A nova pensa assim: o que sua sensibilidade desconhece é que minha vida construiu-se em negativo, como um relevo grafado pela falta do amor que não nos demos. Mas ele envelheceu tanto ao ponto de esquecer a divisão dos anos. Na rua enlouqueço, conheço essa lógica de meu funcionamento. Vontade de desacato, se ainda existisse alguma categoria sinceramente necessária de derrubar. O calor, aumenta. Essa cidade me equivoca, o jeans não é para sempre. Não sinto nenhuma dor em espiral. Nem uma cava você me arranca. Eu nunca quis nenhuma lasca, mantenha seu silêncio, por favor não me dê nada, mais nada. É preciso lhe dizer para que mantenha-se quieto?
Estou com o senso dos desesperados. Penso em fugir. Fugir em sua direção. Contar-lhe as partes, dar-lhe as coisas e sumir.

Um comentário:

Eva disse...

é, e sabe que mais?
assobiando.

(à você, que escreve cada vez melhor. desespero-motor, você sabe. e acelera.)

 

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