15.3.06
"...tinham tido a aparência exterior de um desencargo de consciência: encontrar, tentar explicar-se, dizer adeus para sempre. Essa tendência do homem para terminar limpamente o que faz, sem deixar arestas ou problemas para resolver."
Julio Cortázar.
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a imagem de uma memória inventada parece ser muito mais integral do que algum flash do que foi vivido, talvez pela preocupação no ato da criação ser outra: na imaginação, o efeito do imaginado; na 'realidade', a imaginação e a vida confundidas num mesmo ato, de ação ou silêncio, mas sem mistificação.
as invenções, sim, ainda doem sem que eu perceba e enquanto não conviver com elas sem desprezo, no inverno me sufocarão pelos cachecóis. mas hoje, anos depois, sei que alguma saída na literatura, na psicanálise e na dança, virá. até se solidificarem ao máximo em memórias minhas, só minhas e não de cinzas, mas num resto de nuvem.
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e eu te esperarei lá, na minha Ítaca, ainda por encontrar.
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Um comentário:
a foto é do david goldblatt, apresentado anos atrás pelo ôcous.
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