27.12.09

sonhei que eu estava numa casa, com o meu pai, a gente entrava nela porque eu pensava que era a casa que aparecia em todos os meus sonhos e onde tinha um alçapão lá no alto do alto onde era o meu inconsciente e então daí eu morria de medo. a porta de entrada nem abria nem fechava direito, pegava no piso e fazia nhhhhaaaam. lá dentro tudo parecia ser de alguém que era um ninguém. as casas sem personalidades das pessoas, a minha, não. e tinham cachorros. todos os cachorros do mundo que eu já tive estavam morando lá dentro, como uma espécie de canil ou asilo, uns 15 cachorros. quantos cachorros eu tive desde que nasci? estavam todos lá. e eu ia entrando e subindo pela casa (sobrado, uns 4, 5 andares) reconhecendo que aquela casa era de alguém e que talvez eu não devesse estar lá, mas algo me impelia em acreditar que talvez eu encontrasse a chave, como naquele poema do Drummond "trouxeste a chave?" e ia subindo as escadas. meu pai bem me incentivava daquele jeito dele inseguro, que sabe também que não deveríamos lá estar, mas segura a negativa, ou se lança em por que não?, e quando chegamos lá no alto tinha uma vista linda, vista essa que sempre tem o meu inconsciente, é uma vista pros Jardins como se olhasse do Jockey Club e apagasse a Marginal Pinheiros. é um lugar que não sei se já vi, já estive, mas o sonho aumenta as formas. mas eu fechei a janela, não queria ver SP. então lá do alto ouvímos que alguém abriu a porta nhhaaaam, desci preocupada tentando falar, mas minha voz não saía. até que eu disse "com licença", dentro de mim eu não conseguia falar isso, daí disse "estamos aqui!" e minha voz saiu, enfim, rouca. a 2a coisa que eu disse foi "estou rouca" e ri falsamente, para quem estava ali, a cunhada da minha cunhada, alguém assim? que nem sei quem é, mas a gente sorri. daí percebi que era dela a obrigação de ir cuidar dos cachorros. sentei no sofá como se nada estivesse acontecendo (e nada estavva, mesmo) e usei a técnica dos que amam os bichos e os entendem e os usam, enfiei a cabeça na frô, a minha cachorra querida, enquanto ela me lambia e eu apertava a cabeça dela. como que pensando, ah cachorros sim sabem ser tontos. e disse pro meu pai "quando eu morar em Lisboa vou ter um cachorro", meu pai riu "sim, vai ter sim" e eu acordei, onde estou onde estou? em Lisboa, não tenho cachorro.

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