lembrei de ser criança e montar cabanas por aí, sabe? no jardim, tentava muito, durava pouco. dispersão. morria de medo do jardim de noite e dos cantos escuros de dia. mas de dia, bem no centro, que é que tinha? um sol umas vespas a pedra quente. nunca ninguém me ajudava e eu não era destra direito.
e também de que a primeira percepção que tive do mundo como as que tenho cotidianamente era a de me esquecer do que ia fazer. isso bem no meio. deixava o quarto ou saia do jardim (todas as minhas memórias de infância são na casa?) e tinha que ir até outro lugar. no meio, esquecia-me.
no geral notava-me o esquecimento, ou era essa dispersão alegre de mil coisas. um dia percebi que se percebesse e voltasse ao lugar da onde havia saído, no meio do caminho, ou no lugar retornada, me lembraria do impulso que havia me levado pro outro lugar. poderia recuperá-lo, fazer. desde então vivo de trechos e de contornos assim.
29.11.08
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4 comentários:
normal. já pendurei os óculos no varal, para pular corda à vontade, e só lembrei três dias depois.
mas o meu problema é justamente o contrário!!
que coisa te encontrar, assim, entre a angélica e a consolação.
pois foi, domingou na augusta
;)
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