Angelita no norte dizia:
-Olha, mamãe, rasguei a perna ao descer a escada do Universo.
E por baixo do letreiro enorme do restaurante cósmico pude imaginar o garçom a dizer:
-Quer um chocolate, pequena?

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lisboa

parece que há uma luz lá dentro
que não se apaga nem mesmo de dia
dentro do cômodo branco de cal
de modo que ficava dourado

e quando a luz
incendeia meus olhos cansados
é me encostar nas paredes
para estar à fresca

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plantações seguidas de plantações
pela janela do trem a paisagem controlada
há tão mais começo no brasil
mesmo assim não sinto saudades dos latifúndios
nem de você, da minha casa, nem de nada

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o show do radiohead não foi bom.
o do sigur rós foi maravilhoso.
e o do mgmt, ontem, aqui em lisboa, o mais divertido de todos.

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me encontro em renomear o mundo
com as palavras que já são dele
amor, oceano é o mar que nos divide.

e o poema, pelo atlântico,
em vestes de submarino
nada escafandros sem oxigênio
asfixiada em mais um copo sobre a mesa
a espera da tua mão que levanta
a mesma sede de amor
no trópico, do ibérico, por toda parte.