"estivemos olhando notas de rodapé com uma lupa, esperando que virassem romances. é como estar condenado a uma Jacuzzi perpétua com milhões dos seus melhores amigos." do junkspace, rem koolhas, traduzido por
uma vez muito me envolvi com clarice lispector dizendo que era culpa da inteligência a incapacidade de colher as coisas com mãos puras. clarice lispector diz muitas bobagens. a calma também vem pela inteligência, respostas sossegam as pessoas.
às vezes descubro, por exemplo, que um fruto não se alimenta de mim. às vezes por uma ordem inversa, uma flor me morde a mão e eu descubro solidão nos seus gestos. às vezes as portas todas escurecem, mudam de tom e viram paredes. a ansiedade vira um radar em busca de um retorno ao frescor e, assim, o fruto é uma procura de um gosto determinante. e o azul é de uma abrangência significativa que envolve até o fruto, da dor, o amor, o sorriso e a flor.
sabe, ontem eu vi o mar com essa ansiedade. a terra continua redonda mas eu nem reparei. ouvi só o mar indo e eu perguntando. perguntando qualquer coisa que fosse. foi daí quando ele voltou, invocado me dizendo que a resposta é sempre a mesma.
9.7.06
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3 comentários:
olhar o mar sem perguntar
pode ser essa a resposta
ou o sossego?
ambos?
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