2.4.06

everything inside is made of stone

estavamos ali vendo o documentário sobre o bob dylan.
muito o que aprender sobre desintegração e amálgamas. maneiras de ser fixo.

venho como num destaque, fronte de exército, é preciso respirar seu próprio anseio para conseguir descansar. soma-se a isso a leitura do seu comentário e, realmente, vocês dois são do tipo que fazem da existência mais bonita. mas eu concluo pra você que as panes só aumentam.

nas horas do fim do dia, os carros tomam conta de todas as minhas redondezas, meu território é deles, as lâmpadas vermelhas que dentro dos quadrados de vidro vermelho acendem, mutuamente se indicam que "Pare" e o carro outro recebe a instrução pra que "Pare" e param e outro carro,... para cada carro há inalienáveis pares de luzes vermelhas, trocáveis. e a cidade começa a parecer um verso ressoando, a cidade tem seu marulho, são os silvos dos freios que aumentam em tanto desgaste e viram os apitos que os freios dos carros fazem no fim do dia numas luzes vermelhas contínuas, como contrafluxos venais que acendem. nessas horas mesmo do dia, quando o trânsito inteiro pára eu reparo em como o gênero humano foi mesmo feito para a sintonia, afinal, mesmo com o ritmo sincopado e descontínuo dos silvos, no geral, morre-se pouco. (muitos se morrem vivendo, mas isso já é um estudo para a Era das Corporações) o coletivo de homens é grupo e eu me pergunto, quando alguém falha todos falham? não me importa, nem a resposta da década de 60.

eu falho. tu falhas. ele falha. etc. é maior que a gravidade.
não descarto ninguém.

mas acredito sim, no acerto, não como possibilidade, necessidade ou dádiva, mas como acerto simples acerto assim. lalala eu disse ''acerto''.

ainda só sei isso. desde a tarde de ontem sinto uma nova necessidade articulada a minha falta de destino. ainda só sei isso.

como diz o velho dylan 'demorei muito tempo pra aprender a ser jovem' e agora me dê uma coragem, já não é mais, são eles que diziam que o futuro era ontem. não acredite, c., não acredite. eu que tomo conhecimento do contratempo pelas aulas de dança, sei que é preciso esse disparate nas coisas, de uma coisa que vai contra o seu favor, entendo de coisas muito várias. entendo de rios. você entende de rios que eu sei. e entendo mais da morte. eu pensei ''bonito''. é assim que deve ser. venha fazer o tempo, que eu desfaço. meu rastro é seu. venha se for preciso e é quando quiser.

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