12.2.06

só sambando todas

se nada acontece e a intensidade desse nada vira um vácuo de sofrimento-maior, qualificado como ruído e dor maiores que tudo, levando-me ao encontro-dor migração pra dentro dela esquecimento do próprio sofrimento: são os destroços de semelhantes sufocamentos. a semelhança inclui a diferença, sei bem. é hora? de levantar-se, no mínimo. e fazer por querer e querer sem saber. Com seus mistérios Clarisse dança e Clarisse me escreve: "Os movimentos são gráficos do coração. Vá se encontrar com o seu corpo: se mexa. Durma com alguém e se ame através da pulsação do outro." avanço querendo esquecer de lembrar, até que o pensamento fique ágil e, independente de mim, conviva conosco. harder, better, faster, stronger (ah os anos 80... passaram, uftz). tentando. se assim for, o mote do ano seria parar de averiguar, já que o acerto será mesmo sempre relativo. se a pontuação foi média, então não foi no hábito de sofrer que meu cotovelo arrebentou aquele colar de contas. na verdade foi com a mão fraca do seu silêncio, das palavras que você não me disse, nesse nosso modo de esconder-se na superfície. era o desespero que falava. e ele virá e quando voltar latente e inabalável, o jogo será deitar-se no chão novamente, à maneira dos desesperados. às vezes a trilha sonora é mais adeqüada ou os soluços perdem-se num secular espaço de negro silêncio. é noite. mas gari, até o fim faz favor. afinal, por menos que aparente, a dor é sempre outra. estamos sós e sem desculpas, condenados a sermos livres. sempre à noite. e como o riobaldo pensa: (outras palavras) a cegueira de hoje é o sofrimento de amanhã. por isso eu quero é ver. surtando pra fora. nada a esconder. só não vai quem já morreu.
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como eu já garanto, essa euforia é justificada precaução, tanto de quarta-feira de cinzas que virá tomando conta do país... mas antes, invertendo meu caro cda: não sei se sou eu que estou divertindo, ou se é alguém, por que não? que se sofre na noite escassa. eu não te quero? eu ter quero mal? tô me guardando pra quando o carnaval chegar. e o amor, camélia que desabrocha, veeeeeem jardineira.
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nessa história de carnaval, anda tudo tão tropical que a flora resolveu crescer dormindo nos meus ombros: como um periquito de pirata, ela dorme enquanto escrevo.
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3 comentários:

Anônimo disse...

não sei porque, mas me deu vontade de chorar.

júlia disse...

e isso foi bom ou ruim?

Anônimo disse...

nem bom nem ruim. só achei o texto melancólico...

 

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