Com 15 anos eu era bem pirada e meio deprimida, mas estava sábia num poema chamado "Domingo", que terminava assim:
todo domingo a família fica faminta
domingo que é domingo é só domingo a mais.
Hoje de manhã quando acordei, olhei a janela e me espantei com um domingo tão coerente nesta chuvinha renitente. Era a hora de acender um cigarro sem nenhuma humildade, pra não pensar mais nos homens que amei (vejo os gatos rosnarem pro presunto, mas não rosnam pra ração. Um deles me dizia que era isso que me faltava: instinto). Mas eu não fumo mais e acho tanta coisa que não sei nada, nem devia falar nessas coisas. Mas a vida é melhor. O que era simples ficou complicado e o que era complicado, bem, nunca se sabe... O que eu sei desde a hora que acordei é que estão todos enganados: hoje não é domingo, na verdade é
quarta-feira de cinzas no país
e as notas dissonantes se integraram
ao som dos imbecis
sim, você, nós dois
já temos um passado, meu amor
a bossa, a fossa, a nossa grande dor
como dois quadradões
Lobo lobo BOBO.
18.9.05
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5 comentários:
ah, como era bom, assim de não ser mais, né, mundo dissonante e inventado, girando girando desafinado, e sem parar.
lembro daquela outra, com a quarta-feira no nome:
a tristeza que a gente tem
qualquer dia vai se acabar
todos vão sorrir, voltou a esperança
é o povo que dança, contente da vida, feliz a cantar
porque são tantas coisas azuis
há tão grandes promessas de luz
tanto amor para amar que a gente nem sabe
no fim sempre snig
é preciso cantar e alegrar a cidade,
ou
navegar é preciso, viver não é preciso
ou,
Hum...
dous
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