30.5.09

em setembro

desfiz a mala toda ontem
foi pra portugal perdeu o lugal

27.5.09

cantos de estima

pra mim, existe uma coincidência
espontânea entre mim e o que escrevo.
obrigada pelo retorno do termo "espontânea" usualmente.
agora: amor, é somente uma voz o que te fala.

- -

voz flutuante voz de veneza voz de uma foz
voz

- -

quando a voz e mais tudo sai na rua
e escuto
os passos e as faixas de trânsito,
estou tentando elaborar uma teoria das cores
por exemplo: por que me parece tanto que elas só têm superfície?

- -

eu quero uma editora. alguém viu?

fiquei em dúvida entre "terra" e "azul",
mas a última parte, é azul.

- -

herberto helder: o poema nasce sagitarianamente.
a mim também, o corpo é uma experiência sagitariana.

- -

nas cores me sinto num playmobill
vou comprar uma bicicleta
e morar no campo.

- -

obrigada, bel.
acordei ouvindo um disco dos 7 anos.
lá no campo a gente vai ouvir
& she's a rainbown também.

- -

escrever e beber água, coisas que não me fazem mal.

- -

.

25.5.09

24.5.09

mudança de endereço





vontade de te contar/



lembra de ser criança e dizer infinito vezes infinito e ver assim quem ia ter mais?
era uma questão de fôlego e de empate.
fechando os olhos é a grande explosão.
as galáxias, meu filho, não tenho nada menos do que elas.
um dia desses eu disse para três homens numa roda que o esperma e a via láctea eram a mesma coisa em partimentados espaços. um deles ficou tremendamente seduzido. acho essa metáfora belíssima, mas não consigo escrevê-la num poema. ainda. é um pouco demais. esses dias também vi um equilibrista do tamanho de um grão de arroz numa linha imaginária. foi uma grande amiga que voltou me dizendo que se pá ainda não tava bom e eu dei pra ela o durango kid e agora a gente mata moscas sobre o balcão no verão mais quente. quando eu lia carson mccullers o inverno parecia o oeste. foi meu pai que me deu. a ana cristina césar também. num mesmo verão, na bahia. foi o verão que eu li quincas borba memórias póstumas o cortiço dom casmurro que eu não entendi nada. foi quando a prosa que me venceu, porque convenhamos, a-poesia-né-a-poesia. mas daí, a prosa apareceu w foi o verão que eu decidi que ia estudar letras. foi foi. verão. bahia. eu não ia pra praia de dia. achava tudo tão estranho e violento no dia ensolarado. então eu dormia quando clareava e dormia. e acordava e eu só lia. e não havia na vila lâmpadas de mais de 60w pra vender. nesse verão já tinha guardanapo. no anterior, que foi o que eu me apaixonei e ele parecia o princípe william e meu deus ele me quis também

(principe e folego são duas palavras que eu nunca sei onde é o acento. uma palavra que eu escrevo sempre em dúvida também é "for", o verbo. olho para um lado e outro e isso é a minha língua? mas quem inventou uma grafia tão estranha assim prum ar que escapa entre o lábio e - - será que os linguistas são mais sensoriais do que nós? - - )


e foi a noite que iluminou nossos rostos de fogueira a luz verde no céu e eu bati uma moto numa caixa de água por causa do areião tudo branco e quase desmaiei quando queimei a perna no escapamento eu e o duda a gente estava muito longe nesse dia. ele achou uma nota de 5 reais na tarde em que mergulhávamos no submundo das algas. outra vez os morcegos me acordavam às 5h e eu ia dormir às 21h, foi um prazer foi um mês todo sozinha eu andava horas por dia e o sol e só havia dia tomei um ácido e fiquei olhando as formigas e descobri também que eu era absolutamente a mesma coisa que as ervinhas e eu costumei dizer que foi quando aprendi a alegria e não o suicidio e voltei pra casa e dei de comer banana aos macaquinhos que viviam no flamboyant e numa outra tarde tirei toda a roupa e fui até a praia nua e voltei pra casa nua e assim fiquei umas horas sem nenhuma espécie de lembrança de estar sem roupa. nessa mesma eu ainda lia mais do que qualquer outra coisa


papai e mamãe, num fim de tarde

e teve uma outra vez lá que eu conheci o alfredo e a clarisse, com uma semana de diferença.

tudo janeiro.


22.5.09

mar., mas, sabes, como tudo parece ter uma prova de recorrência, quero dizer, que tudo que acontece intensamente uma vez é porque já aconteceu antes e o tempo reverbera suas camadas de sanduíche, dizendo: não sou linear, não estive antes, nem depois: sou o mesmo, em mutação. e sabe tem tanta coisa sendo vivida ao mesmo tempo que eu gostaria de silenciar as narrativas das dificuldades e com todas as narrativas de linhas só trabalhar pra fora. isso pra dizer que se o amor acontece uma vez, acontece duas. vai se acontencendo. e tudo é em branco. tudo nunca foi dito. tudo tem memória. tudo se espraia.

- -

depois da descoberta da fábrica portuguesa na amazônia, a série "amor" acabou.
mas aguarde os capítulos nunca vistos.
a série "agora que eu sou sincera" foi fagocitada, e sumiu.
vou voltar a viver satisfeita, não-editada & sem tags. boa noite.

21.5.09

12 exemplares

agora, depois do hall, sincero é até o lobby:
morada residência alazão

17.5.09

uma fábrica



uma fábrica portuguesa na amazônia antes do acordo ortográfico

cantos de estima

tenho que calçar galochas no menino antes de por na rua os trenzinhos

*

vim de longe
porque eu trouxe o fogo


tão cantando no zoológico?

- -
e a ternura tímida dele com ela e ela com ele é uma coisinha de forte.

13.5.09

amor

eu tô com um medo de canto
do tamanho do mundo
sentado ali no meu colo

10.5.09

a existência, esse amarelo

sexta-feira, tendo que esperar, comprei um jornal. na 2a página citavam o JK "no Brasil, o pessimista começa errando". essa frase me deixou feliz como se fosse um verso, não a frase do presidente de Brasília, o alienígena.

de todo modo, fiquei pensando. os amigos chegaram, cerveja e leite de camelo. discutimos a moralidade ou lobby nessa coisa de proibir-se o fumo no estado de sp.

tenho que sair, que hoje é dia das mães e eu resolvi abrir a porta.

me deixo com essa: o pessimismo é, no geral, uma precaução, uma preventividade. o otimismo, ingênuo que seja, me parece uma ousadia. o pessimismo esfria, o otimismo esquenta. agora, é possível viver sem um nem outro?

8.5.09

problemas em construir um livro

será melhor (re)criar semânticas ou deixá-las se constituírem em paz na solidão delas próprias? quero dizer: constituir um sentido para além do sentido que já se faz entre os textos? mas isso não é um trabalho do silêncio? deus é grande, mas o mato é maior.

hum: meus textos são de uma infância. dous: a infância houve como uma fase adulta pré-configurada. antes de crescer eu resolvi andar sobre as minhas próprias mãos. e ainda espirro quando lavo o cabelo no fim da tarde.

chega de saudade.

- - -

"Os caminhos afogados, as casas destruídas. Toda a gente vem para fora, hesitante, um pouco espantada. Não há lugar para as mãos, para os pés. Mas o ar vai-se tornando leve, penetrante. As coisas libertam-se do vasto abraço das águas.
Durante dois meses, na funda solidão subterrânea, preparou-se o tempo que agora se torna exterior e vivo. Talvez a lentilha e a cevada semeadas no outono venham a cobrir as planuras. As sementes dormiram e imaginaram. Talvez acordem agora para a reconstrução do mundo.
É então que um grande silêncio cai sobre os trinta quilómetros quadrados da ilha. Ou vem das coisas, do interior das coisas. É um silêncio extremamente doce, um equilíbrio supremo. A ilha adquire uma grave e grandiosa imobilidade. E a luz entra e sai pelas coisas, como se elas fossem esponjas. As mãos ficam muito nuas. É dos olhos que primeiro desaparece o sono. E da boca. De cada parte do corpo, lentamente, de todas as partes, até que as pessoas se abram totalmente. Como numa ressurreição."

Herberto Helder, Photomaton & vox.

- - -

billie jean is not my lover
she says that i'm the one
but the kid is not my son

- -

cantos de estima? é menino!

5.5.09

amor

POEMA DO MAR DE RESSACA

amor

você é um tanque
eu sou os peixes
a água brilha




- -



eu não gostava de maria bethania até a clarisse me mostrar o drama,
uns 3 anos atrás, enquanto eu conhecia o drama mesmo em si,
para além da encenação,

3.5.09

amor

bom dia

2.5.09



bern, suíça.

1.5.09

e se um poeta está sempre preso ao que escreve, portanto, quanto mais livre for a escrita, mais espaço haverá para nos ocuparmos com outras coisas.
 

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