8.6.06

i'll be watching you



ali onde eu chorei
qualquer um chorava
dar a volta por cima que eu dei
quero ver quem dava
paulo vanzolini, por maria bethânia em 'drama'
vamos ser claros, mas sem desespero, todos os meus amores duraram menos que um entre copas-do-mundo, mas eu não diria que a vacina é comprar um televisor.
quando eu entrei pela porta: é preciso ver claro, como o som que causa o impacto é um vai e volta que reverebera do meu instante ao seu. de repente estamos num jardim e neblina. unha-de-gato subindo pelas construções, erguendo muros. não sei se é noite ou se me chamam de casa. olho seu cabelo, tenho vontade de pedir para que você me abrace por cima dos ombros, mas me afasto e sento. será o úmido reentrado do cimento que me desaponta, o coração? na dúvida, você aperta os lábios um contra o outro, como de costume faz, se a sua água é sem gás, é da tampa ao meu destroçado que salta um leão e caminha sobre o roxo pisoteado do noticiário que eu carregava nas mãos. nessa contrição da falta de ato, a faltaqueama vem desde a traquéia. e a aliteração é pra comemorar o retorno de outro medalhão.
-mas esta cena está um tanto quanto alvareszevediana, não? daqui a pouco você me acerta o coração!
-se te satisfaz, sim, meu bem. mas para mim, que não sei o que penso o que o luar através dos altos ramos é, além de ser o luar através dos altos ramos, é não ser mais que o luar através dos altos ramos.
deal? agora note-se a reentrância por entre os ramos, o raio prateado da lua batendo, jateado, no dente do sorriso que eu esboço, não tão falso como que impregnado de você, que sorri também. nem nós sabemos como dói. falando sério, é bem melhor parar com essas coisas, que eu só sei sorrir como quem nada quer, é minh'elegância de berço. você carrega uma londres nos bolsos, da onte tira o relógio que olha novamente, estou atrasada, eu sei, eu nunca não cheguei, mordendo só o meu próprio pulso. me afasto pra olhar, oblíqua e dissimulada, no meio do muro uma janela, por onde ela cruza lá embaixo, vestida de noticiário. dou-lhe a mão como quem aperta o trinco, oh sim, eu estou tão cansada, descendo por todas as ruas, apavorada com o largo da barata às 23h, que ainda é fuligem. para a construção do metrô destroem a antiga rua, o quanto eu destruo a velha ordem e chego em casa, intacta?
alguns com os quais isso nunca acontece dormem ao relento vez ou outra. outros em conjuntto uníssono. eu hoje gostaria que todos ficassem um pouco mais no escuro.

2 comentários:

júlia disse...

é você bugu?

Eva disse...

a mema porta entreaberta, né. o mesmo teto. mas ah, no largo mesmo, vi há tempos, de fuligem abrir ramos, e em vez de teto, o luar. e é, lua cheia de novo, ué... aumenta a luz, sombra e sobras: define-se o chiaroscuro, que mais podemos calar?

 

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